domingo, dezembro 03, 2006


"O choro pode durar uma noite,
mas a alegria vem pela manhã."
(Sl 29,6)

Gustavo começou a nos preocupar ainda no centro cirúrgico, exatamente após me ser apresentado: como qualquer bebê prematuro - apesar de ficar em meu útero por 9 meses - seu pulmão não funcionou como deveria e entrou em cianose, assustando os profissionais que nos assistiam. O transporte para a URPE foi feito numa ambulância própria para urgências neonatais.

Foi horrível para mim, pois tudo se repetia: bebê passando mal, angústia, dor, medo de ter que enterrar outro filho.

O Gustavo começou a mostrar que queria viver e, seis dias depois, teve alta da UTI. Chegou em casa muito magrinho, pois já havia nascido com pouco mais de 2 kilos.

Para nós, os pais, e para quem o visse, ele era o própio ET, de tão feinho. A verdade é que o tratávamos com todo o cuidado, como se fosse uma bomba, prestes a explodir. Com excesso de glóbulos vermelhos (taxa de 75%), a cada mexida dele, ficava roxinho, assustando a quem nos visitava. Para controlar esta disfunção éramos obrigados a tirar sangue da virilha dele.

E quem o segurava? Eu. O pai não agüentava.

Além disso, ele queria chorar e não conseguia emitir som; esforçava-se, cada vez mais, o que deu origem a uma hérnia inguinal bilateral.






Nesta foto, reparem que a calça plástica, tamanho P, chegava quase aos pés dele.








As visitas ao pediatra, que tinha consultório no mesmo quarteirão onde morávamos, eram semanais, pois surgia, de dias em dias, um novo problema.

Após algum tempo, o pediatra chegou à conclusão que a evolução do paciente não estava dentro dos padrões normais e nos encaminhou ao melhor geneticista do País: Dr. José Carlos Cabral de Almeida.




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