quarta-feira, outubro 01, 2008

BUENOS AIRES QUERIDO...

Esse tema me levou a 1972, quando ainda era solteira (22 anos), magrinha, chefe de lobinhos (Baloo), e realizei meu maior sonho: conhecer os Estados Unidos, no caso, a Disneyworld, na Flórida.

Viajar ao exterior era o que eu mais queria na vida. Aproveitei que a Maria Octavia (chefe da alcatéia e, futuramente, minha madrinha de casamento) organizou um grupo de crianças (9 - entre lobinhos e suas irmãs, também bandeirantes) e entrei nele. Na época trabalhava, mas acho que minha mãe me ajudou a pagar. Foi bom e não foi, pois fui com um grupo animado, mas praticamente acabei como ajudante da Maria Octavia (que foi de graça, mesmo não sendo guia) e cuidei das crianças. Não poderia ser diferente, pois devia muito a ela.

Meu irmão também iria, mas pegou uma pneumonia e não pôde ir.

Na época, a Stella Barros era o must em agência de viagens que fazia excursões a Disney. Mas deixou muito a desejar.

Na véspera da viagem, recebemos o aviso: o roteiro teria que ser mudado. Não mais seria Rio-Flórida. Iríamos passar o final de semana em Buenos Aires, com tudo grátis. Em compensação, perderíamos um dia de Florida. Por um lado foi bom, pois conheceríamos Buenos Aires. Mas, por outro, foi ruim. Além de perdemos alguns passeios na Flórida, tivemos que levar roupas de frio, pois era inverno na Argentina (9º em julho).

Enfim, tudo era festa pra mim, estava eufórica. Viajamos para Buenos Aires pela antiga TAP. Serviço magnífico, aeromoças muito simpáticas. Para os Estados Unidos, pela Braniff. Ambas companhias já deram adeus ao mercado.

Buenos Aires é uma cidade bonita. As mulheres, muito bem vestidas, com seus casacos de pele. Os homens, lindos de morrer.

Fizemos um tour em ônibus de turismo. Conhecemos Lhamas, fizemos algumas compras e almoçamos em restaurantes, tipo churrascaria, com direito a show.


Mas nem tudo foi um sonho. Alguns pesadelos nos aguardavam. Ficamos no hotel do aeroporto, onde me recordo, a cama tinha um colchão em que afundávamos, devido a uma depressão. Horrível. Chegamos no aeroporto de Ezeiza, para embarcarmos para os States, e fomos avisados que o avião estava lotado. Afe... Não me lembro como, mas conseguimos embarcar.

Nos Estados Unidos, correu tudo bem, com exceção de alguns fatos desagradáveis:

- a Stella Barros não dispôs guia especializado pra gente;

- uma das meninas que estava no grupo quis ficar na piscina, enquanto fazíamos compras. Resultado: quando voltamos ao hotel, ela estava no hospital costurando a cabeça, pois havia levado uma "latada" de refrigerante de outro participante da excursão, quando levantava de um mergulho. O pior de tudo é que os pais (ou avós) dela ligavam diariamente do Brasil, para ter notícias dos filhos/netos. Decidimos, por bem, não contar nada, a fim de evitar que eles voassem pros States. A sorte que não foi um corte grande. Mais foi um susto enorme.

- quando estávamos saindo de uma atração da Disney, numa rampa enorme, lotada de visitantes, eu dei uma das sacolas, cheias de coisas que eu havia comprado, pra uma das meninas me ajudar a carregar e me esqueci completamente. Entrei em desespero, achando que havia deixado em algum lugar. Resolvi voltar, andando contra um fluxo de pessoas que estava descendo a rampa até encontrar a menina e me lembrar que estava com ela.

As fotos, aqui postadas, não estão lá essas coisas pois, além de serem muito antigas, foram tiradas com máquinas comuns.

O bom é relembrar desses meninos, que hoje já devem estar casados, pai de filhos, com família formada.

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